terça-feira, 23 de abril de 2013

O QUE DEUS FAZIA ANTES DE NOÉ - A DESCENDÊNCIA DE ADÃO

Após cuidar de Adão e Eva no jardim que chamou de Éden, Deus baniu de lá o 1º casal, que passou a gerar descendência sobre a terra, povoando-a. Fora do jardim, contudo, o Senhor não se afastou deles. A última fala de Deus à família dos patriarcas se dá justamente quando Caim o enfureceu, depois chorando porque seria morto por quem o encontrasse. Deus o protegeu com um sinal e ele afastou-se de onde fosse visto:

O SENHOR, porém, disse-lhe: "Portanto qualquer que matar a Caim, sete vezes será castigado". E pôs o SENHOR um sinal em Caim, para que o não ferisse qualquer que o achasse. E saiu Caim de diante da face do SENHOR, e habitou na terra de Node, do lado oriental do Éden. (Gn 4.15-16)

Segundo a Bíblia, não menos de 1500 anos se passaram desde que Deus falou a Caim (entre 9000 e 7600 a.C.), até que Ele novamente se manifestou a Noé:

Então disse Deus a Noé: "O fim de toda a carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra. Faze para ti uma arca da madeira ... " (Gn 6.13-14)

Primeiro, é necessário dizer que os livros do Pentateuco (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio) dão fortes indícios de terem sido escritos por uma única pessoa, que provavelmente foi Moisés (~ 1600 a.C.). Nesse caso, ele relatou no Gênesis eventos que devem ter ocorrido por volta de 8000 a.C., ou seja, 64 séculos antes. Muito disso estava na tradição oral dos judeus, como longas histórias sobre a sua descendência e figuras do passado, além do que Moisés pode ter contado efetivamente com a ajuda divina nessa tarefa de escrever o que as pessoas lembravam. O fato de ele não ter escrito detalhadamente sobre a vida de muitos revela tão somente que Moisés sabia pouco sobre eles, não que tenham tido vidas curtas (e os únicos dados que ele deu de alguns foi o seu tempo de vida excepcionalmente grande) ou tenham sido pessoas pouco importantes. Muito menos que Deus tenha se esquecido deles!

Não se vendem dois passarinhos por um ceitil? e nenhum deles cairá em terra sem a vontade de vosso Pai. E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois; mais valeis vós do que muitos passarinhos. (Mt 10.29-31; Lc 12.7)

Nessa passagem, Jesus conta que Deus se preocupa mesmo com os pequenos e desprezados. Não cuidaria de todos nós? Não cuidaria das 24 gerações entre Adão e Moisés? Mesmo que o patriarca escritor não tenha se lembrado deles, ou não tivesse de onde tirar informações sobre eles, foram 24 famílias sobre a Terra construindo o povo que deus chamaria de Seu. Assim, alguns deles tiveram detalhes sobre a sua vida registrados por Moisés, outros simplesmente não. Por exemplo, a Bíblia não cita os nomes das mulheres nos casais, embora alguns livros apócrifos mais antigos falem sobre isso. Também, o livro de Gênesis sempre comenta que os patriarcas tiveram muitos filhos e filhas, mas somente nomeia um deles, que provavelmente havia se tornado o líder tribal. Dessa forma, o que o Gênesis oferece não é uma genealogia como a entendemos (com primos, tios, etc), e sim uma “dinastia” de chefes tribais. É uma viagem à mais remota antigüidade humana, em uma terra (e literalmente com esse nome) onde as pessoas estavam começando a habitar, sem instrumentos, armas, ferramentas ou quaisquer utensílios que não os feitos pelas suas próprias mãos a partir dos recursos naturais, e cujos registros que restaram não falam ainda das pessoas como um todo, mas apenas dos líderes que Deus proveu para comandá-los.

SETE ou SETH

Era por volta do ano 7400 a.C., iniciando o período que a história conhece como Neolítico, uma época de sociedades tribais cuja principal tecnologia consistia no uso de madeira e pedras. O filho tardio de Adão e Eva foi concebido depois da fuga de Caim, quando Adão já somava cerca de 130 anos (ele viveu até os 930 anos, ou 930 A.M., de Anno Mundi):

E tornou Adão a conhecer a sua mulher; e ela deu à luz um filho, e chamou o seu nome Sete; porque, disse ela, “Deus me deu outro filho em lugar de Abel; porquanto Caim o matou”. (Gn 4.25)

Uma vez que a linhagem de Caim foi destruída, a Bíblia considera Sete o herdeiro da linhagem de Adão até os últimos dias. Algumas versões trazem “Deus plantou uma nova semente”, que é um trocadilho com o nome de Sete, palavra que significa “plantar” algo na terra. Talvez fosse mesmo uma referência ao começo da agricultura entre os homens.

No apócrifo chamado Livro dos Jubileus, Sete casa-se em 231 A.M. com Azura, sua irmã 5 anos mais velha. Desse casamento Deus proveria o nascimento de Enos.

A semente plantada por Deus foi boa - Sete viveu até os 912 anos. Os muçulmanos acreditam que a tumba de Sete está preservada até hoje em Al-Nabi Shayth (que significa O Profeta Sete), no Líbano. Em seu livro “Antiguidades”, o historiador romano Josephus fala sobre monumentos deixados por Sete; entretanto, os historiadores posteriores desqualificam cada um deles, concluindo que qualquer resquício de antes do dilúvio tenha sido soterrado.

ENOS

Nessa 3ª geração desde Adão, nasceu aquele que o nome significa “homem mortal”, mesmo que ele tenha vivido não menos que 905 anos.

Há bem pouca informação sobre esse descendente de Adão (que continuou vivo para assistir muitas gerações suas). Sete tinha 105 anos quando Enos nasceu. Na Bíblia, após o nascimento de Enos “então se começou a invocar o nome do SENHOR” (Gn 4.26). Isso significa que houve um reavivamento espiritual ou que os homens começaram a dividir-se segundo os que criam no Senhor e os que veneravam outros deuses ou ídolos (Gn 31.19). De fato, a palavra hebraica para “começar” aqui é “huchal”, que pode significar “profanar”.

No Livro dos Jubileus, Enos casou-se com sua irmã No'am e deles Deus proveu o nascimento de Cainã em 325 A.M., quando Enos chegava aos 95 anos.

QUENAN ou CAINÃ

A 4ª geração desde Adão começa em 7260 a.C. (325 A.M.), com um curioso personagem de nome significando “artífice” ou “artesão”. Mais tarde, esse nome seria usado principalmente pelas pessoas que moldavam ferro (ex. blacksmith, em inglês). Mas não havia ainda o manejo do ferro... isso requer certa tecnologia com minerais, fornos e ferramentas que só apareceria por volta de 1300 a.C. Mesmo a fundição de bronze ainda estava longe, e só aconteceria lá por 3500 a.C. Então, talvez o nome do ancestral bíblico se referisse a uma ocupação na fabricação de utensílios com qualquer outro material, peles, madeiras, etc.

A linhagem de Adão era de homens excepcionalmente longevos, característica provida por Deus: Cainã teria vivido também até os 910 anos. De acordo com o Livro dos Jubileus, ele seguiu o costume e casou-se com sua irmã Mualeleth. Desse casal nasceu Maalael, concebido aos 70 anos do patriarca.

MAALAEL

A cidade mais antiga que se conhece é Ugarit, no extremo noroeste da Síria, junto ao Mediterrâneo. A cidade foi fundada em cerca de 6000 a.C. por navegantes egípcios, provavelmente. Entre o pouco que restou de Ugarit, está uma placa de pedra que fala sobre o culto ao pai celestial El, figura que representava uma espécie de patriarca dos povos nômades e - admire-se - era identificado como “o leão”, ou “senhor dos leões”. A semelhança com o nome “El-Shadday” não é coincidência, se lembrarmos que Abraão era originário do povo cananeu e, portanto, da terra que hoje chamamos de Síria.

Com Maalael, vemos pela primeira vez a inclusão do sufixo -el no nome, como em Isra-el, lembrando também a vinculação ao Pai celestial. Essa ligação do líder tribal ao Senhor indica que por volta de 7200 a.C. havia um culto (ao Senhor) entre o povo e o patriarca era visto como uma espécie de sacerdote. Uma vez que a Bíblia descreve cuidadosamente a dinastia dos líderes, é de supor-se que esses patriarcas não permaneciam como líderes até a morte (quase todos morreram bem próximo ao Grande Dilúvio em ~6000 a.C.), mas eram substituídos por seus filhos talvez perto dos 70 anos, quando se casavam.

Segundo a Bíblia, Maalael viveu 895 anos, compartilhando então a velhice com todos os seus antecessores, incluindo o próprio Adão. O Livro dos Jubileus acrescenta que ele deposou a prima Diná, de quem nasceu seu sucessor Jared, quando tinha 65 anos. Em outro livro apócrifo, foi na casa de Maalael que Enoque (seu neto) recebeu a visão do apocalipse, a qual foi interpretada por Maalael (Enoque 83.6).

JAREDE

A 6ª geração de Adão começou quando a humanidade contava 460 anos, segundo o relato bíblico. Como seus antecessores, Jarede viveu seus 962 anos, casando-se então com Beraka (segundo o Livro dos Jubileus), de quem nasceria o profeta Enoque, quando ele tinha 162 anos (pode se tratar então de um filho homem sobrevivente, ou talvez um nascido após muitas filhas).

Seu nome significa “descendente” pois, segundo Enoque, quando ele nasceu os anjos vieram ao monte Hermon para unirem-se às filhas dos homens.

Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. … Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama. (Gn 6.2-4)

Naqueles dias, quando os filhos dos homens se multiplicaram, aconteceu que lhes nasceram filhas muito belas. E os anjos, os filhos do céu, viram-nas e desejaram-nas, e eles disseram uns aos outros "Venham, vamos escolher esposas para nós entre as filhas dos homens, para nos gerarem filhos". Semyaz, sendo seu líder, disse-lhes: "Eu temo que talvez vocês não vão consentir que este ato seja feito, e só me tornarei responsável por este grande pecado". Mas todos eles responderam-lhe: "Vamos todos fazer um juramento que ligue todos entre nós por uma maldição a não abandonarmos este propósito". Então, todos eles juraram juntos e ligaram-se um ao outro pela maldição. E eles eram duzentos ao todo, e desceram para Ardos, que é o ápice da montanha de Hermon. E eles chamavam o monte Armon, porque ali juraram e amarraram um ao outro por uma maldição. E os seus nomes são os seguintes: Semyaz, o líder do Arakeb, Rame'el, Tam'el, Ram'el, Dan'el, Ezeqel, Baraqyal, As'el, Armaros, Batar'el , Anan'el, Zaqe'el, Sasomaspwe'el, Kestar'el, Tur'el, Yamayol e Arazyal. Estes são seus chefes de dezenas e de todos os outros com eles (Enoque 6)

Na Bíblia, a união dos anjos com as filhas dos homens resultou em Deus decidindo que a vida humana duraria apenas 120 anos.

Então disse o SENHOR: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos. (Gn 6.3)

No entanto, muitas gerações super-longevas ainda passariam antes que isso acontecesse. Até a geração de José, senhor do Egito (por volta de 5800 a.C.), nenhum patriarca viveu menos de 120 anos.

ENOQUE

Apontado como profeta, Enoque foi o patriarca que menos tempo viveu, chegando apenas aos 365 anos. No entanto, o final de sua vida foi diverso da de todos os demais.

E viveu Enoque sessenta e cinco anos, e gerou a Matusalém. E andou Enoque com Deus, depois que gerou a Matusalém, trezentos anos, e gerou filhos e filhas. E foram todos os dias de Enoque trezentos e sessenta e cinco anos. E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou. (Gn 5.21-24)

Diversas interpretações foram dadas ao texto, porém a palavra para “tomou” nas primeiras traduções gregas do hebraico original levam “metatithemi” (μετατίθημι), que literalmente é “levar de um lugar para outro”. Essa visão é reafirmada na Carta aos Hebreus:

Pela fé Enoque foi transladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o transladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus. (Hb 11.5)

Em outras palavras, a vida breve de Enoque se deve a uma glorificação e tomada dele para os Céus por volta de 6600 a.C., como se deu com Elias. Essa glorificação de Enoque fez dele uma figura principal do misticismo judaico no 1º milénio a.C., pois acreditava-se que Enoque tivesse tido acesso ainda em vida a conhecimentos dos anjos. Boa parte desse credo paralelo foi registrado no Livro de Enoque ou simplesmente 1º Livro de Enoque, onde Enoque recebe diversas visões sobre o Paraíso, o mundo espiritual e o Apocalipse. O Livro de Enoque era amplamente difundido entre os judeus, e prova disso é a citação de uma passagem sua por Judas Tadeu:

E destes [os que proclamam doutrinas sobre o que não conhecem] profetizou também Enoque, o sétimo depois de Adão, dizendo: Eis que é vindo o Senhor com milhares de seus santos; para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade, que impiamente cometeram, e por todas as duras palavras que ímpios pecadores disseram contra ele. (Jd 1.14-15)

Segundo o Livro dos Jubileus, a esposa de Enoque chamava-se Edna. Talvez grande parte da lenda ao redor de Enoque venha da confusão com um Enoque anterior, o filho de Caim:

E conheceu Caim a sua mulher, e ela concebeu, e deu à luz a Enoque; e ele edificou uma cidade, e chamou o nome da cidade conforme o nome de seu filho Enoque; e a Enoque nasceu Irade, e Irade gerou a Meujael, e Meujael gerou a Metusael e Metusael gerou a Lameque. E tomou Lameque para si duas mulheres; o nome de uma era Ada, e o nome da outra, Zilá. E Ada deu à luz a Jabal; este foi o pai dos que habitam em tendas e têm gado. E o nome do seu irmão era Jubal; este foi o pai de todos os que tocam harpa e órgão. E Zilá também deu à luz a Tubalcaim, mestre de toda a obra de cobre e ferro; e a irmã de Tubalcaim foi Noema. (Gn 4.17-22)

Alguns estudiosos vêem na linhagem de Caim uma mensagem embutida, pois a Bíblia primeiro fala da fuga dele para o Oriente e depois repentinamente sua linhagem surge, mais ou menos sem explicação. Os nomes dos personagens são sugestivos: Lameque é “servo de Deus”; Ada é “poente”; Zilá é “sombra”; Jabal é “pastor”; Jubal é “músico”; Tubalcaim é “ferreiro” e Noema é “beleza”. Assim, a passagem poderia ser “O servo de Deus tomou duas esposas, a luz e a escuridão. A luz trouxe o pastor, que era o pai dos moradores das tendas, e pastores, e seu irmão era o músico, que era o pai dos harpistas e gaiteiros. Mas a escuridão trouxe o ferreiro, mestre do bronze e do ferro, e sua irmã era o prazer.

No ano de 7000 a.C., isso sugere uma mudança tecnológica drástica na vida das pessoas, que trocavam a vida nos campos pelas cidades.

MATUSALÉM

Chegamos ao ano 6780 a.C. com a 8ª geração desde Adão, para encontrar o homem que mais viveu na história da humanidade, segundo a Bíblia. Matusalém nasceu quando Adão e todos os patriarcas anteriores ainda eram vivos (e Adão contava apenas 687 anos), porém sua vida se estendeu para além da morte de todos eles. Curiosamente todas essa geração morreu por volta de 7000 a.C., mas Matusalém permaneceu vivo até 6000 a.C., época do Grande Dilúvio. Ele ultrapassou inclusive a morte de seu herdeiro, nascido quando Matusalém tinha 187 anos.

Pela segunda vez, um patriarca gerou seu herdeiro em idade muito além dos 70 anos, o que pode indicar a morte prematura de outros herdeiros ou uma sucessão de mulheres. Matusalém significa “homem com lança”, o que sugere uma época de conflitos e favorece justamente a 1ª hipótese. No livro dos Jubileus, sua esposa tinha o mesmo nome de sua mãe, o que talvez indicasse um nome de família real, como Cleópatra.

Placas de argila encontradas na cidade suméria de Shuruppak (~3000 a.C.) falam do Grande Dilúvio e um grande rei (Ubaratutu), filho de um profeta, que teria vivido desde os tempos longínquos até aquela data.

LAMEQUE

A 9ª geração encontra Matusalém gerando seu sucessor Lameque aos 187 anos. Esse nome entretanto não aparece uma única vez na Bíblia, assim como Enoque. O Lameque filho de Caim lembra sua maldição:

E disse Lameque a suas mulheres Ada e Zilá: Ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai as minhas palavras; porque eu matei um homem por me ferir, e um jovem por me pisar. Porque sete vezes Caim será castigado; mas Lameque setenta vezes sete. (Gn 4.23-24)

A linhagem de Caim extinguiu-se com a grande inundação que houve nas terras da Ásia Menor. O filho de Matusalém nasceu em 7100 a.C., bem distante da linhagem de Caim (mas também chamando-se “servo do Senhor”, o que sinaliza outra vez a função do patriarca como sacerdote) e viveria ainda até os 777 anos. Com 182 anos ele geraria Noé, mais uma vez provavelmente o restante de vários herdeiros anteriores.

Lameque foi o primeiro a assistir a morte dos patriarcas: até os seus 100 anos de idade, ele viu morrerem todas as gerações anteriores (sinal do final dos tempo?) com excessão única de seu pai, que viveria ainda depois da sua morte. Segundo a Bíblia, somente a dinastia de Noé (seu filho) sobreviveu ao Dilúvio.

NOÉ

E viveu Lameque 182 anos, e gerou um filho, a quem chamou Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou. (Gn 5.28-30)

Assim começa a 10ª geração, a última antes do Dilúvio. A Bíblia enfatiza que apenas Noé, de toda a sua geração, foi capaz de agradar ao Senhor. Novamente, isso talvez o colocasse como uma espécie de sacerdote.

E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. Então arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração. E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito. Noé, porém, achou graça aos olhos do SENHOR. (Gn 6.5-8)

A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra. (Gn 6:11-12)

Os antecessores de Noé não foram destruídos pelo Dilúvio, mas de alguma forma o Senhor esperou que eles morressem pela própria idade, e o mesmo se deu com até com Matusalém. Como se nenhum dos patriarcas devesse ver a destruição da terra... Na Bíblia, o plano de destruição da aparece logo após os anjos unirem às filhas dos homens e, mesmo que a ordem cronológica aí não seja clara, parece que isso deixou Deus furioso. De fato, quase tudo desde Caim até Noé parece simplesmente uma descrição de dinastia, uma série de líderes artesãos, guerreiros, etc, e sem dúvida sacerdotes do Senhor. Não se tratava da descendência de Caim, mas de Sete... Por isso, quando Deus resolveu destruir a tudo que tinha criado, aquilo que tanto o havia agradado no Início, Ele simplesmente esperou que os patriarcas morressem de velhos. Então a quem Deus desejava destruir?

A Bíblia quase não dá indícios de onde estaria o mal a que o texto se refere. No entanto, parece que ele não estava nos descendentes de Sete. Tudo o que sabemos é que, após um “silêncio” de mais de 1500 anos, o Senhor voltou a falar a Noé, para instruí-lo em 6000 a.C. sobre a construção da arca que salvaria sua família. Ele não esteve tão quieto quanto nos possa parecer, mas sem dúvida esteve sendo o Senhor que todos poderiam esperar: tolerante e cuidador. Pelo menos com os que que o seguiram...

SE DUVIDA VAI LER LÁ Ó
A linhagem de Adão (em Anno Mundi)

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